Fotos: Mia Nascimento

O reitor Roberto Salles entrega o título de Doutor "Honoris Causa" a Farias



Reginaldo Faria faz a transladação das vestes talares em seu irmão, o cineasta Roberto Farias



Roberto Farias,emocionado durante discurso de agradecimento


Roberto Salles lembra a importância da obra de Farias e da reconstrução do Cine Arte



Público no saguão de entrada do Cine Arte UFF

UFF concede Título de Doutor ‘Honoris Causa’ ao cineasta Roberto Farias
7/11/2014
Jéssica Rocha (Estagiária de Jornalismo)


A Universidade Federal Fluminense concedeu, nesta quinta-feira, 6 de novembro, o Título de Doutor “Honoris Causa” ao cineasta brasileiro Roberto Farias. A homenagem é concedida a personalidades que, independentemente de sua formação acadêmica, tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol da cultura, educação ou humanidade. 

No Cine Arte da UFF, recém-inaugurado, a cerimônia reuniu a comunidade acadêmica e familiares para prestar homenagem ao cineasta. Uma exposição sobre vida e obra de Roberto Farias foi realizada no saguão de entrada do cinema, com fotos da infância aos dias atuais e cartazes dos filmes que o cineasta escreveu e dirigiu. Durante a cerimônia foi apresentado um vídeo com trechos de filmes de Farias.

O ator e irmão do homenageado, Reginaldo Faria, disse estar emocionado pela entrega do título ao irmão. “A primeira coisa que aprendi em cinema foi a chorar e estou chorando agora, e quem me ensinou foi ele, então aprendi a lição que jamais esquecerei”, afirmou o ator. “Roberto foi, é e será eternamente meu mestre”, completou.

“Queremos dizer o quanto reconhecemos a importância do trabalho de Roberto Farias como alguém que entende a arte e sua dinâmica e produção nos mais diversos aspectos”, declarou o diretor do Instituto de Arte e Comunicação Social, Leonardo Guelman.

O cineasta Roberto Farias, emocionado, agradeceu a homenagem. “Minha vida tem sido dedicada ao trabalho, à minha família, aos meus filhos e ao cinema. Eu fico muito feliz por ver esse trabalho reconhecido pelos professores aqui presentes”, disse Farias.

Na ocasião, o reitor da UFF, Roberto Salles, lembrou a expansão da universidade e a reforma do Centro de Artes da UFF, em especial do Cine Arte, que foi reconstruído e equipado com tecnologia de última geração. “Niterói, São Gonçalo e cidades adjacentes precisavam ter um espaço cultural da magnitude da nossa população, e o que foi colocado aqui é o que existe de melhor e mais moderno no mundo. A universidade não vive só de ensino, pesquisa e extensão, vive também de cultura, e a nossa população precisa disso”, afirmou Salles. “Eu sou uma pessoa de sorte, pois hoje, já próximo do fim do mandato como reitor, tenho a oportunidade de entregar este título a Roberto Farias, que é um grande mestre”, finalizou.

Completaram a mesa solene o professor titular do Departamento de Cinema e Vídeo da UFF João Luiz Vieira e a coordenadora do curso de Cinema Índia MaraMartins.

Roberto Farias recebeu um diploma, memorial descritivo, colar e as vestes talares na cor vermelha, por ser o cinema sua área de atuação.

Vida e obra do homenageado


Roberto de Figueira Farias, nascido em 27 de março de 1932 em Nova Friburgo, dedicou sua vida ao cinema. Estreou como diretor em 1957, com "Rico Ri à Toa", e realizou 13 filmes, dentre eles, os longas-metragens "No Mundo da Lua", "Assalto ao Trem Pagador", "Toda Donzela Tem um Pai que É Uma Fera" e "Pra Frente, Brasil", primeiro a tratar abertamente da tortura na ditadura militar. Nas décadas de 1960 e 1970, trabalhou com o cantor Roberto Carlos na direção de "Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa" e "Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora". 

Ao longo de sua carreira, Farias foi diretor, produtor, distribuidor, empresário e articulador de políticas para o desenvolvimento do audiovisual. Recebeu diversos prêmios, como os de melhor filme e melhor diretor no Festival de Marília, por "Cidade Ameaçada", em 1960; Prêmio Saci de melhor roteiro, conferido pelo jornal “O Estado de São Paulo, por "Assalto ao Trem Pagador", em 1962; e Prêmio Ofício Católico Internacional, no Festival de Berlim, por "Pra Frente, Brasil", em 1982. 

Atualmente, Roberto Farias se dedica à produção televisiva e ocupa a cadeira de diretor-presidente na Academia Brasileira de Cinema.









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