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Centro de Memória Fluminense arquiva coleções raras sobre Niterói e Rio
9/8/2010

O Centro de Memória Fluminense (CMF) da Universidade Federal Fluminense, por abrigar coleções raras de personalidades niteroienses, surgiu em forma de centro documental com intuito de reunir e proteger o acervo composto por importantes obras relacionadas ao Estado do Rio de Janeiro, com foco no município de Niterói. Disponível ao público, hoje o acervo engloba temas generalizados.

Criado em 1992, o CMF teve sua primeira coleção composta por obras de Carlos Mônaco, famoso livreiro niteroiense, que reuniu diversas pesquisas sobre a cidade e do Estado do Rio ao longo dos anos.

Outros renomados autores e pesquisadores também fazem parte do acervo, que já tem cerca de 30 mil peças (dentre livros, publicações periódicas, folhetos, fotografias, postais, mapas, plantas, CDs, partituras e manuscritos). No acervo, áreas de história e literatura de autores fluminenses são referência para os pesquisadores da comunidade niteroiense em geral.

Dos seus 13 conjuntos de obras particulares, o CMF também disponibiliza acervo pessoal composto por pequenas coleções. É o que explica a bibliotecária e chefe do setor, Maria José Fernandes. Ela, que está na UFF há 14 anos, diz que pesquisadores da universidade ou da comunidade niteroiense muitas vezes enviam estudos para compor o acervo.

Entretanto, Maria José atenta para o campo das pesquisas. “Damos foco às pesquisas relacionadas ao Estado do Rio, mas principalmente ao município de Niterói. Temos a intenção de preservar a memória local.” Ainda de acordo com a bibliotecária, essas obras doadas são reunidas em um acervo pessoal, separadas das coleções particulares, pois estas compõem obras raras e recebem tratamento diferenciado.

Dentre as raridades, estão coleções de autores como Julio Pompeu de Castro Albuquerque, Nilton Brasil Alcântara, Rodolpho Villanova Machado, que fizeram a história do município com olhares de cidadãos. Datadas na década de 1920, as primeiras publicações sobre a história de Niterói retomam o crescimento da cidade. A chefe do Centro de Memória Fluminense considera que ali o acervo está bem protegido. “Niterói é uma cidade que guardou pouquíssimos registros documentais ao longo dos anos. O centro tem a boa função de cuidar da memória que restou para que a sociedade conheça mais a história do seu lugar de origem”, afirmou.

Maria José Fernandes considera que a proposta desse centro documental difere das bibliotecas tradicionais, embora faça parte da Biblioteca Central do Gragoatá (BCG) da UFF. “Nós viemos com novas ideias. Embora o CMF funcione como uma biblioteca em termos de pesquisa, em que é permitida a consulta por parte da comunidade, nós promovemos amostras e exposições com base naquilo que temos de material.” Além disso, a chefe do Centro de Memória Fluminense informa que cadernos especiais também foram lançados, com objetivo de agregar ao acervo as campanhas realizadas pelo próprio setor. “Além de o pesquisador encontrar livros raros e estudos antigos, ainda pode ver nosso trabalho impresso e editado”, pontuou.

Com o acervo rico em diversidades, a bibliotecária afirma que boa parte da comunidade que vai em busca de auxílio no CMF é formada por pesquisadores e alunos de diversas áreas do conhecimento. “Recebemos visitas principalmente de pesquisadores, não só de Niterói, mas de todo o país. Muitos estudantes também buscam informações específicas sobre a região.” Dentre assuntos como geografia e história de Niterói e do Estado do Rio, Maria José garante que educação ainda é o tema mais procurado pelos estudiosos.

Para fazer uso dos materiais do acervo, o pesquisador pode comparecer, das 9h às 20h, ao Centro de Memória Fluminense, localizado no 1º andar da Biblioteca Central do Gragoatá, Campus do Gragoatá, São Domingos, Niterói. Segundo a chefe do CMF, não é permitido fazer empréstimos das obras nem reproduzir em cópias os livros do acervo. Ela preza a conservação dos materiais e diz que o atendimento no local é bastante funcional. “Sei que muitos pesquisadores gostariam de levar livros para casa e estudar com mais calma. Mas algumas regras foram estabelecidas tanto para obtermos controle como para proteger o material do acervo. Mas não somos burocráticos. Tentamos ajudar da maneira mais ágil”, finalizou.

UFF Notícias - Núcleo de Comunicação Social (Nucs)